Petição contra depósito de lixo classe 1 no aterro sanitário de BM
Para: Exmo. Sr. Prefeito de Barra Mansa
NOTA PÚBLICA DAS PARÓQUIAS DE BARRA MANSA SOBRE O TRATAMENTO DE LIXO CLASSE I, APÓS O KM 4.
Nós, padres e agentes de pastoral de Barra Mansa, convidamos toda a sociedade Barramansene a assinar o abaixo assinado e a se manifestar contra o projeto de tratamento de lixo classe I, no aterro sanitário municipal, localizado após o KM 4, na estrada para Bananal. Trata-se de um projeto da empresa Foxx Haztec de ampliar sua área de execução para 70 mil metros quadrados para receber o perigoso lixo classificado como Tipo A ou classe I, isto é, resíduos sólidos com a presença de agentes biológicos provenientes do lixo eletrônico e industrial como amianto, tintas tóxicas e material químico capazes de contaminar o solo e a água, representando séria ameaça à saúde da população, além dos impactos ambientais de alto risco à agricultura praticada na região por pequenos agricultores e moradores locais. A previsão é de 100 toneladas por dia de lixo tóxico proveniente de Minas, Rio e São Paulo. Lembramos ainda a presença de dois rios nas proximidades que deságuam no Rio Paraíba do Sul cujas águas podem ser seriamente contaminadas pelos resíduos que serão ali depositados pelos próximos 15 anos. Sob o pretexto de geração de algumas dezenas de empregos e de recebimento de 200 mil reais por dia, o município poderá expor sua população a sérios riscos que podem ser irreversíveis nas próximas décadas. Houve apenas uma audiência pública com participação quase exclusiva dos interessados em implementar o projeto, sem a devida publicidade da audiência, de tal modo que permitisse o envolvimento da sociedade e moradores locais que serão seriamente afetados pelo referido projeto. Lembramos que nossa região já sofre as muitas consequências de poluição do solo, do ar e da água por causa da CSN e de outras empresas poluidoras que não se responsabilizam por seu passivo ambiental. Lembre-se o bairro de Volta Grande IV, em Volta Redonda, cujo processo de indenização e reconstrução já se arrasta por quase 10 anos, sem que se chegue a uma solução definitiva.
Terminamos recentemente duas campanhas da fraternidade que nos convidavam a cuidar do meio ambiente de maneira responsável e a zelar pela criação que Deus, nosso Pai, entregou ao nosso cuidado e responsabilidade. Assim motivados, solicitamos uma outra audiência pública e que sejam tornados públicos os estudos dos impactos ambientais já feitos, mas que permanecem sem o conhecimento e a anuência da população local. O prazo do Inea para manifestações populares se encerra em 27 de dezembro próximo! Não nos omitamos ou nos calemos diante de sérias ameaças ao meio ambiente e à saúde pública!
Barra Mansa, 22 de dezembro de 2017.
