Carta da Rede Fluminense de Teatro
Carta em construção da Rede Fluminense de Teatro-
Como ficou decidido no Fórum Setorial construiremos uma rede de Teatro Fluminenses a ser lançada em 17 de novembro. Antes da Conferência de Cultura. Dê sua sugestão para a construção desta carta e rede.
REDE FLUMINENSE DE TEATRO
UM LUGAR A CONQUISTAR....
A teatralidade é essencialmente humana. Todo mundo tem dentro de si o ator e o espectador. Representar num 'espaço estético', seja na rua ou no palco, dá maior capacidade de auto-observação. Por isso é político e terapêutico.
Augusto Boal
A REDE Fluminense de Teatro pretende ser um lugar onde a fala e o pensamento do livre criar artístico caminhem juntos com a busca de uma melhor condição para que o fazer teatral possa circular por todas as comunidades e teatros do Estado do Rio de Janeiro. Uma REDE viva e auto organizada por: coletivos, atores, diretores, produtores, professores, estudantes, pensadores, sonhadores, brincantes, amantes, e todos aqueles que tem em sua alma o teatro e nele compartilham experiências de transformação social e humana mediante o teatro.
UM ACORDO FRATERNO (baseado na rede latino-americana de teatro em comunidade).
Nesta maravilhosa aventura os gestores e co-criadores deste ato solidário, a Rede Fluminense de teatro, possuem como diretriz a capacidade e força que o teatro tem de inspirar e fomentar um caminho democrático e transformador de nossa sociedade:
Assumir de forma permanente a Alegre Rebeldia do teatro no território das utopias, que cada grupo tem gestado em sua comunidade local;
Respaldar com a sublime SOLIDARIEDADE a cada uma das redes, fóruns, conselhos, agrupamentos ou qualquer tipo de reunião da sociedade civil, que busque uma sociedade mais democrática;
Pensar entre todos os fazedores a comprometida inserção e inclusão do teatro democrático, plural e transformador, com vistas a vivenciá-lo como uma sempre e nova experiência cultural;
Promover a diversidade cultural e tornar consciente o valor de nossa intercultural idade, ancestralidade, etnias, saberes originais, notórios saberes, gêneros, comunidades, condições econômicas entre outros;
Deixar que a esperança irradie por todos os poros das memórias ancestrais e coletivas que constroem a identidade;
Tornar possível, desde o teatro, um cidadão educador em seus plenos direitos no território da arte, tecedores de escolas abertas que percorram caminhos e sulcos do território fluminense semeando uma nova sociedade;
Que somos negros, indígenas, mestiços, ciganos, orientais e brancos, marcas da pele e da memória dos povos americanos que têm transmitido em suas linguagens simbólicas o sentido de realidade a esta proposta de realidade que cruzará as fronteiras ideológicas, financeiras, projetos, territórios, regiões e cidades com esperanças de construção de uma rede de teatro transformador.
E que diante de todas as ameaças, diremos juntos: “Pela alegria contra a morte”. E que o nosso fazer artístico alfabetize a cada canto de nosso estado.
“(...) Numa perspectiva revolucionária, impõe- se que os alfabetizadores percebam e aprofundem a percepção de que o fundamental mesmo é fazer história e por ela serem feitos e refeitos e não ler estórias alienantes (...)” (FREIRE, Paulo- CARTAS À GUINÉ- BISSAU, Registro de uma experiência em processo- Paz e Terra- Segunda edição, 1978, RJ, Pag.27) .
E unidos na força que encarna o teatro como a pátria de todos, filhos de... Tespys, Aristóteles, Eurípedes, William Sheakespeare, Constantin Stanislasvky, Meyerhold, Jerzy Grotowsky, Bertolt Brecht, Antonin Artaud, Augusto Boal, Nelson Rodrigues, Osvaldo Dragún, Atahualpa del Cioppo, Enrique Buenaventura, Rudy Torga, Benjamin de Oliveira, Cacilda Becker, Glauce Rocha, Paulo Autran, Sérgio Britto, Waldir Onofre, Abdias do Nascimento, Marilia Pera, Mariozinho Telles, Mário de Oliveira( citem todos aqueles que gostariam de homenagear já saudosos) fazemos um minuto de aplauso para, que aqui também tenhamos espaço de lembrança destes sonhadores co-gestores em espírito deste caminhar, num lugar comum a todos: o palco.
Que somos e seguiremos sendo carregados de utopias, de miradas a população fluminense, ao nascente, ao lado fértil do amor... e que aplaudimos, celebramos e agradecemos a existência.
Que as fronteiras de nossas cidades e os muros de nossos projetos não tenham lugar no território mágico de nosso teatro, que se encham de horizontes a cada amanhã e venham carregadas de utopias pintadas num belo céu de nuvens com bandeiras de esperança.
OBJETIVOS (EM CONSTRUÇÃO)
DA REDE FLUMINENSE DE TEATRO:
1 – Promover o apoio mútuo e fomentar o intercâmbio permanente entre a “gente de teatro” em, com e para as cidades Fluminenses, em todas as tendências e formas, ao articular este movimento até os grupos, festivais, encontros, residências, formações, eventos e mecanismos de promoção e difusão;
2 – Estabelecer redes de comunicação permanentes entre aqueles que fazem teatro, proporcionando o intercâmbio constante de informação e formação especializada;
3 – Favorecer ao teatro a inter-relação necessária com as cidades e comunidades e os setores da população a que se leva a cabo;
4 – Desenvolver programas de educação e formação técnico-artística com os diretores, atores, técnicos e especialistas da cena, para elevar a qualidade do teatro que se produz;
5 – Criar uma Escola Aberta, autogestada pela rede e seus fazedores de caráter Itinerante de Teatro Fluminense;
6 – Trabalhar em prol da valorização do teatro com e para: comunidades, crianças, terceira idade, pessoas com deficiência, população negra, povos indígenas, mulheres e população LGBT promovendo a inclusão social e atitudinal;
7 – Fortalecer o intercâmbio teatral e cultural em geral de modo a promover as tradições de amizade e irmandade entre as diversas regiões e cidades fluminenses;
8 – Realizar um mapeamento dos festivais, encontros, grupos, diretores, professores, empregados e outras pessoas interessadas em participar ativamente da REDE.
9 – Promover a construção de um olhar positivo no campo econômico e agregador de investimentos públicos e privados, pois somos artistas trabalhadores, criadores e empreendedores e geramos trabalho e renda em nossas circulações.
10 - No campo político, que a rede irá acompanhar e fiscalizar o cumprimento das leis tanto nos municípios, quanto no estado, principalmente no que se refere ao CPF da Cultura, criando ações de fortalecimentos aos segmentos dos conselhos territoriais da sociedade civil;
11 - no organizacional, não haverá diretoria, nem representação fixa, esta rede será de horizontal e autogestionada. Todos são articuladores, gestores e dinamizadores da rede e podem em âmbito local, estadual, nacional e internacional solicitar o seu apoio político. E nos comprometemos em todos os eventos, espetáculos, apresentações será colocado o apoio da Rede Estadual e a sua logomarca.
12 - A Rede deverá promover encontros regionais (trimestralmente) e estadual (semestralmente, ou ao menos uma vez ao ano) e, no encontro presencial definir Calendários, ações territoriais e estaduais, estratégias políticas e apoios.
13 - Estabelecer diálogo com as esferas de poder público e privado para implementação de uma política de assentamento urbano e rural de coletivos teatrais sem espaço para desenvolver suas pesquisas de criação e manutenção do repertório - Minha Sede Minha Vida.
( não esqueça de ao assinar colocar uma mensagem e compartilhar seu e-mail para formação do Grupo Virtual)
