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Abaixo-assinado Tombamento da fábrica Sergipe Industrial em Aracaju-Se (Brasil)

Para: Ao conselho de Cultura de Sergipe; IPHAN secção Sergipe, Ministério público, Deputados Estaduais, Secretária de Cultura de Sergipe, governador Marcelo Deda

Desde as últimas décadas do século XX o departamento de História e Ciências Sociais da UFS vem dado valiosa contribuição aos estudos sobre a memória e a História de empresários e trabalhadores. O professor mestre Ibarê Dantas, por exemplo citou as fábricas de tecidos e o movimento operário em diversos textos seus que tratam do Tenentismo e da revolta de 1930 em Sergipe. Um texto especial desse autor, publicado na revista do IHGS, aborda a primeira greve em Sergipe nas fábricas de tecidos; a professora Maria de Andrade das Graças (mais conhecida por Gracinha) publicou guias de estudos sobre os jornais operários e organizou trabalhos sobre a memória empresarial com outros professores do Departamento de História (sua parceira nesta luta foi a professora Dra. Terezinha Alves de Oliva que também destacou nos seu trabalhos os trabalhadores em Sergipe). O professor Dr. Antonio Lindvaldo Sousa - influenciado por estas professoras - defendeu duas monografias na mesma temática: “Disciplina e Resistência – cotidianos dos Operários têxteis em Aracaju (1910 a 1930)” e “Em Nome do Progresso e da Liberdade: ordem e rebeldia no incipiente processo urbano industrial de Aracaju nas primeiras décadas do século XX”. Recentemente este mesmo professor destacou a importância das fábricas no processo de modernização de Aracaju e do movimento operários das primeiras décadas do século XX no seu livro de Temas de História de Sergipe II publicado pelo CESAD (2010). Na seqüência dessa produção não podemos deixar de citar um valioso romance conhecido por diversos pesquisadores e alunos de História e áreas afins: Os Corumbas de Amando Fontes. Idem outros textos de pesquisadores e jornalistas na internet. A exemplo dos artigos de Luiz Antonio Barreto que destacam o papel também do empresário Thales Ferraz como um dos homens mais ilustres de Sergipe.
Todos esses autores têm contribuído para enriquecer o conteúdo das aulas de História de Sergipe na disciplina Temas de História de Sergipe II ministrada pelo professor Antonio. Aulas dadas em sala de aula, no bairro industrial e no interior das fábricas quando é autorizada a entrada; Uma dessas aulas ocorreu neste último sábado, dia 05 de novembro de 2011, com alunos do curso de História da Universidade Federal de Sergipe, ex-alunos e comunidade em geral. Corria a informação, em meio à preparação dessa aula, que a fábrica foi vendida e a mesma viria a ser um conjunto habitacional ou um supermercado. Independente de que a comprou e não entrado no mérito dessa questão, sentimo-nos preocupados com a possibilidade da mesma não mais existir e consequentemente um testemunho importante da história de Aracaju.
Depois dessa aula pública, ocupamos as redes sociais da internet para conscientizar a sociedade sergipana da necessidade de conhecer um patrimônio de estimado valor social. Nessas redes sociais (especificamente o Faceboock) surgiram várias discussões que nos estimularam a elaborar uma petição ao Conselho de Cultura de Sergipe.
Some a isso, a tomada de posição dos alunos de Patrimônio Cultural, ministrada pelo Prof. Msc. Claudefranklin Monteiro Santos, que nas discussões sobre Patrimônio Cultural Sergipano entenderam ser a oportunidade importante e salutar para levar a cabo uma ação concreta em defesa dos bens culturais sergipanos.
A fábrica de tecido Sergipe Industrial está entres os bens culturais que representam a memória e história de Aracaju. Tombar o mesmo é um ato de valorização da identidade aracajuana e sergipana, contribuindo para alicerçar a idéia de que existe história de Sergipe em Aracaju e não somente em São Cristovão e Laranjeiras.
Entendemos que a mesma precisa ser tombada pelos seguintes motivos:
1) um dos grandes empresários de Sergipe, Thales Ferraz, a dirigiu por mais de uma década. Ela foi um espaço importante desses empreendedores pioneiros. Thales Ferraz, por exemplo, estudou engenharia têxtil na Inglaterra e inovou nessa fábrica em muitos aspectos. Um deles foi montar um parque de lazer em seu interior;
2) a história do esporte sergipano começou com as fábricas SI e Confiança;
3) as primeiras lutas de operários foi nessa fábrica, lideradas pelo Centro Operário contendo jornais de boa circulação e bastante críticos como "O Operário" e "A Voz do Operário";
4) a SI ajudou no processo de modernização de ARACAJU, contribuindo para expansão do bairro industrial e sua ligação com o Bairro Santo Antônio e o centro. O capital gerado de sua produção pagou impostos e ajudou em benfeitorias para a cidade.
Neste sentido, solicitamos junto ao Conselho de Cultura o tombamento estadual da fábrica de Tecidos.
Aracaju, 10 de novembro de 2011.

prof. Dr. Antonio Lindvaldo Sousa

Vice-Chefe do Departamento de História (DHI)
Líder do Grupo de Pesquisa Culturas Identidades e Religiosidades (GPCIR-DHI/Cnpq/UFS)
Professor de Temas de História de Sergipe I e II

Prof.Msc. Claudefranklin Monteiro Santos
Professor do Departamento de História (DHI)
Vice-Líder do Grupo de Pesquisa Culturas Identidades e Religiosidades (GPCIR-DHI/Cnpq/UFS)
Professor de Patrimônio Cultural







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