Abaixo-assinado DEMOLIÇÃO DO PRÉDIO DA BRAHMA: E ASSIM O CATUMBI VAI SE ACABANDO
Para: Prefeito do Rio de Janeiro
“UMA CIDADE É FEITA DE GENTE E HISTÓRIA”
É preciso salvar as antigas instalações da Cervejaria Brahma no Catumbi. Um dos prédios da Brahma localiza-se na divisa do Sambódromo. Na época da construção deste último, esta localização impediu que ali houvesse mais uma arquibancada. A proposta atual da Prefeitura é demolir este prédio da Brahma e construir a arquibancada que faltou fazer, visando as Olimpíadas. É uma pena demolir o prédio antigo, mas, se fosse somente isto, não seria tão grave. O problema é que o acordo com a cervejaria inclui a demolição de uma antiga chaminé e de mais um prédio com cobertura em telha cerâmica francesa, ambos em ótimo estado de conservação. A demolição deste conjunto tem por finalidade permitir que a Brahma obtenha licença para a construção de um prédio de fachada de vidro negra, nada coerente com o entorno, projetado por Oscar Niemeyer.
A Brahma irá vender este direito de construção e, em troca, realizará a obra de ampliação do Sambódromo, dilapidando o Patrimônio do Catumbi e do Rio de Janeiro. Para demolir esses prédios, foi necessário que o Estado do Rio destombasse o Sambódromo, já que o tombamento protegia os prédios da Brahma. E a Prefeitura alterou o gabarito do terreno, beneficiando a cervejaria, através de lei votada na Câmara: os imóveis de três andares poderão ceder lugar a construções mais altas para escritório, com estacionamento subterrâneo em dois níveis para cerca de 1.900 carros. Tudo isto sepultando de vez a história do bairro.
O Catumbi é um bairro muito sacrificado na cidade do Rio de Janeiro. Ele é habitado por famílias de classe média baixa, que, em sua maioria, vivem em sobrados antigos, pouco conservados. No governo Lacerda o bairro sofreu uma ruptura com a construção da Linha Lilás, da qual o atual viaduto que sai do Túnel Santa Bárbara faz parte. O urbanista Carlos Nelson dos Santos estudou a desagregação social e urbana que essa obra provocou. Posteriormente, no governo Brizola, houve a construção do Sambódromo. Esta outra obra também destruiu imóveis antigos e seccionou o bairro em duas partes. As referências que permaneceram foram a antiga fábrica da Brahma, o presídio Frei Caneca e os sobrados. O presídio foi recentemente implodido. E agora, o Governo do Estado e a Prefeitura fazem este acordo que permitirá a destruição total da antiga cervejaria Brahma. Consta que ali trabalharam imigrantes que ajudaram a criar a bebida que se transformou num ícone nacional.
É preciso uma campanha contra a destruição desse Patrimônio. O prédio remanescente da Brahma (aquele que não afeta a ampliação do Sambódromo) poderia ser transformado em centro cultural, a exemplo do Sesc Pompeia em São Paulo. O Catumbi é carente de opções culturais. A Brahma é uma companhia internacional e não precisava destruir o Patrimônio do Rio de Janeiro. Parece que ela nada aprendeu nos 15 países onde hoje está presente através da AMBEV, lugares esses onde velhas fábricas são transformadas em centros culturais, de jovens e em museus.
Se você é contra mais essa afronta e indiferença pela nosso patrimônio, assine abaixo:
