Petição Pública Brasil Logotipo
Ver Abaixo-Assinado Apoie este Abaixo-Assinado. Assine e divulgue. O seu apoio é muito importante.

Abaixo-assinado A Violência, a Hipocrisia e a Mercantilização da Privacidade

Para: À SPM - Secretaria de Políticas para as Mulheres; ao Congresso Nacional do Brasil

A Violência, a Hipocrisia e a Mercantilização da Privacidade

O BBB volta ao ar, em uma casa (ou gaiola?) de vidro, para que todos os detalhes possam ser observados do lado de fora.
Ninguém poderá se trocar, banhar, namorar, bocejar, com a privacidade garantida aos demais seres humanos.

E assim volta, com a possibilidade de voyeurismo e de exibicionismo aumentadas, depois da polêmica do último BBB, onde um aparente estupro foi ao ar, com a mulher desacordada, enquanto o rapaz se locupletava com movimentos sugestivos e eloqüentes por debaixo do cobertor.

Ninguém interferiu – como certamente teriam feito caso ocorresse algum acidente numa das situações postas. Deixaram o caso correr solto e só se manifestaram ante a indignação dos internautas, twitando furiosamente a respeito.

O primeiro comentário, ao mesmo tempo pretensamente cândido e simultaneamente cínico – foi do Pedro Bial, ao mostrar um trecho da cena e declarando “O amor é lindo!!!”

A reação do público e da sociedade terminaram levando ao afastamento do rapaz e ao provável convencimento da moça – sem acesso ao vídeo das cenas, em depoimentos contraditórios e depois de uma conversa com os advogados da Globo – de modo a declarar o seu consentimento.
Mas o que foi que vimos – e que logo em seguida tiraram do ar e da internet – senão a movimentação rítmica do rapaz sob o cobertor onde deitou por trás da moça desacordada?
Porque então afastaram o rapaz? Porque se manifestaram somente após uma onda de protestos nos demais meios de comunicação?
Bom, após o tratamento hipócrita deste episódio na última série, vêm agora a público, querendo aumentar o frisson da exposição pública de todos os detalhes do convívio.
Repito – tudo será visível, e nenhuma nudez ou excesso, castigada.

Um grupo de feministas – as Femen – decidiu protestar ontem, à sua maneira.
Escreveram palavras de ordem em seu próprio corpo, e foram exibi-las no local onde se mostrava a casa.
A falsa – ou dupla – moral fez sentir a sua força e as moças foram de lá arrancadas com violência. Porque não poderiam se manifestar? Porque não poderiam tirar a própria blusa neste ambiente público, ao lado da casa de vidro de onde se poderia avistar qualquer uma tirando a blusa, a calça, a calcinha, a cueca, o pudor?
Porque, dentro da casa, faziam-no movidas pelo desejo de ganhar notoriedade e dinheiro, enquanto que, por fora, as mulheres do Femen faziam-no para se posicionar politicamente?
Assim, vimos a público manifestar a nossa solidariedade para com as militantes do grupo Femen, para manifestar o nosso repúdio à atitude violenta e falsamente moralista da emissora e das forças que chamou para acudi-la, e exigir:
- punição à emissora pelo ato de violência que, segundo as notícias publicadas, foram exercidas pela “segurança” da própria emissora
- suspensão do programa, como tem ocorrido no resto do mundo, por sua inadequação, baseada na exploração do corpo e da intimidade de seus participantes para fins exclusivamente comerciais
- o estabelecimento de regras claras com a participação da sociedade civil na elaboração dos acordos referentes à apresentação de imagens e conteúdos que não firam os direitos humanos e constitucionais, na discussão dos marcos que embasam as concessões públicas na área da comunicação e com a participação num Conselho de Comunicação – representativo da sociedade, com participação de representantes das mulheres, do movimento feminista, do movimento negro e outros – para monitorar a efetiva implementação das regras estabelecidas, na programação desta e de todas as demais emissoras que são concessão publica.

Assim, nós, integrantes da sociedade, do movimento de mulheres, e outros, uma vez mais alertamos a sociedade para o abuso dos meios de comunicação - concessões públicas - e denunciamos a violência contra as mulheres que protestam contra a violação de direitos humanos.
Rachel Moreno e Télia Negrão
Observatório da Mulher (Rachel Moreno)
Coletivo Feminino Plural// Rede Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos// Rede de Saúde das Mulheres Latinoamericanas e do Caribe – RSMLAC (Télia Negrão)
Jeanice Ramos
Rose Castilhos
Sulamita Esteliam
Silmara Helena Pereira de Paula - Mulheres do Alto Tietê








Qual a sua opinião?

O atual abaixo-assinado encontra-se alojado no site Petição Publica Brasil que disponibiliza um serviço público gratuito para todos os Brasileiros apoiarem as causas em que acreditam e criarem abaixos-assinados online. Caso tenha alguma questão ou sugestão para o autor do Abaixo-Assinado poderá fazê-lo através do seguinte link Contatar Autor
Já Assinaram
212 Pessoas

O seu apoio é muito importante. Apoie esta causa. Assine o Abaixo-Assinado.

Outros Abaixo-Assinados que podem interessar