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Abaixo-assinado À PRESIDENTA DILMA SOBRE A FALTA DE APOIO DO GOVERNO BRASILEIRO AO FESTIVAL DE ARTE NEGRA DA NIGÉRIA EM HOMENAGEM AO BRASIL EDIÇÃO 2013

Para: Presidenta da República Federativa do Brasil

ABAIXO-ASSINADO À PRESIDENTA DILMA SOBRE A FALTA DE APOIO DO GOVERNO BRASILEIRO AO FESTIVAL DE ARTE NEGRA DA NIGÉRIA EM HOMENAGEM AO BRASIL EDIÇÃO 2013

“Vergonha” e “indignação” foram os sentimentos que nos acometeram ao lermos a nota emitida pelo Instituto de Arte e Cultura Yoruba, interlocutor do festival no Brasil. Nela, nos foi informado o cancelamento da edição do Festival de Arte Negra, FAN, em homenagem ao Brasil. http://institutoyoruba.nigeriabrazil.org/

O FESTIVAL DE ARTE NEGRA-FAN DE LAGOS NA NIGERIA é organizado pelo Prêmio Nobel de Literatura, o Nigeriano Wole Soyinka. A partir de 2011, o FAN inovou ao criar edições em homenagem a países que possuem de algum modo uma relação diaspórica com o continente africano e neste ano esse ciclo iniciou-se com homenagem a Itália. Em 2012, a edição seria em homenagem ao Brasil, por todas as razões históricas que nem precisamos elencar aqui. Abdias do Nascimento seria a personalidade homenageada e a Yalorixá Beata de Yemanjá a convidada de honra pelo governador de Lagos.

Nós e nossos irmãos nigerianos ficamos muito alegres ao planejar esta edição. A Nigéria é o país africano considerado nação irmã do Brasil pela herança cultural dos povos yorubás trazidas e preservadas no Brasil principalmente pelos povos de terreiros. Sonhamos que a recepção dessa proposta pelo governo brasileiro seria motivo de honra, pois os discursos referentes às relações Brasil x África são sempre acalorados.

Entretanto, as coisas não saíram como esperávamos. Em junho de 2012 mesmo tendo solicitado formalmente uma reunião com a então Ministra da Cultura na época, Ana de Hollanda, e o Prêmio Nobel de Literatura, Wole Soyinka, teve o pedido negado com a alegação de falta de agenda, sendo que a mesma se encontrava no Rio participando da Rio+20 e Wole Soyinka também. Nenhuma das tentativas de conciliar as agendas foi acatadas. Wole Soyinka foi recebido, na época, por uma equipe da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, SCDC/MINC, e o presidente da Biblioteca Nacional, da época, Galeno Amorim.

http://www2.cultura.gov.br/culturaviva/minc-se-reune-com-premio-nobel-nigeriano-wole-soyinka/
http://www2.cultura.gov.br/culturaviva/povos-tradicionais-de-terreiros-homenageiam-premio-nobel-nigeriano-e-mae-beata-de-yemanja/

Soyinka veio ao Brasil algumas vezes cumprindo agendas e sempre buscando apoio junto a setores do governo e outros órgãos na tentativa de encontrar apoio a realização do FAN. Foi, inclusive, o homenageado da feira literária do Governo do Distrito Federal, GDF.

.http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2012/04/15/bienal-wole-soyinka-fala-sobre-os-desafios-da-tolerancia-religiosa-440468.asp
.
Artistas, intelectuais negros e, principalmente, as lideranças religiosas dos povos de terreiros se animaram para participar do FAN certos que seriam um grande “reencontro”. No entanto, as dificuldades só cresciam e nada de concreto apontava para o apoio desejado. De todo modo, foi dado prosseguimento com a esperança de realização do FAN imbuído do calor da irmandade tão ressaltado em muitos discursos, muitas reuniões muitas conversas, muitas tentativas.

http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2012/11/premio-nobel-de-literatura-wole-soyinka-pede-apoio-da-seppir-para-festival-de-arte-negra-em-lagos
http://institutoyoruba.nigeriabrazil.org/governo-da-bahia-confirma-delegacao-para-festival-de-arte-negra-de-lagos-nigeria/

Lamentavelmente enquanto batalhávamos éramos obrigados a observar os inúmeros eventos apoiado pelo Brasil de 2012 a 2013, enquanto a África seguia “invisível” nas tratativas. Muitos recursos, muitas atividades, pactos, termos, foram firmados para levar a cultura brasileira para Portugal, França China etc.. E a África? Nem mesmo um dos seus mais ilustres filhos conseguiu fazer com que os altos escalões percebessem a dicotomia existente entre o discurso e a prática quando se trata de apoiar atividades culturais de matriz africana de fato. Criar termos, dispor orçamento, planejar, nada disso foi cogitado para o FAN. O apoio a uma delegação era o máximo que ofereceram o que para quem sabe o significado da África para o Brasil é nada.

Muitas indagações são feitas, mas, sinceramente Presidenta, merecemos uma resposta que explique o não cumprimento do seu discurso:

http://www2.planalto.gov.br/imprensa/discursos/brinde-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-durante-almoco-oferecido-pelo-presidente-da-republica-federal-da-nigeria-goodluck-ebele-jonathan-abuja-nigeria

http://www2.planalto.gov.br/imprensa/discursos/discurso-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-apos-cerimonia-de-assinatura-de-atos-abuja-nigeria

Os organizadores mobilizaram as pessoas, planejaram atividades e o governo federal informou via e-mail que apoiaria apenas 04 (quatro) participantes. O que explica tal decisão? Os recursos estão contingenciados, mas a semana do Brasil na China não foi cancelada.

http://www.cultura.gov.br/noticias-destaques/-/asset_publisher/OiKX3xlR9iTn/content/marta-divulga-o-brasil-na-china/10883

Não podemos silenciar diante de tamanha desconsideração com o nosso irmão Wole Soyinka e nossas tradições. É preciso que este governo reconsidere a possibilidade de disponibilizar o apoio merecido ao festival em pé de igualdade com os países do continente europeu tão considerado nas iniciativas culturais pelo governo brasileiro.

Essa história não pode terminar assim!
Um rei preparou uma festa e convidou seu filho mais ilustre, preparou o que tinha de melhor para lhe oferecer e pediu que viesse e trouxesse seus filhos e filhas com suas mais diversas artes, pois queria conhecer o que eles aprenderam e mantinham nesses anos todos em que estavam distantes. Estava tudo pronto e anunciado, mas, o filho não veio nem mandou noticias...

Nossos sentimentos comungam com o do nosso irmão Wole Soyinka:
“No Brasil existe a penetração mais profunda, a realidade, a vibração da Nigéria, a cultura Yoruba fora do país, fora do continente. Há a possibilidade de utilizar outras plataformas para trazer esta visão real”.

Esperamos de Vossa Excelência uma posição, pois em nossas tradições as histórias têm começo meio e fim.






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