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Abaixo-assinado Carta aberta do Movimento em Defesa a Liberdade Religiosa

Para: Câmara Municipal de Piracicaba - SP

“Carta aberta do Movimento em Defesa a Liberdade Religiosa”

Intolerância e discriminação não combinam com democracia


A história do Brasil demonstra que Candomblé e Umbanda nasceram e cresceram enfrentando e superando todas as formas imagináveis de perseguição e intolerância.

Pena de morte; prisão de Sacerdotes e Sacerdotisas; incriminação dos cultos; incriminação do uso das folhas; incriminação da capoeira; exigência de cadastros em delegacias de polícia; exigência de laudos psiquiátricos feitos em institutos de medicina legal; proibição do uso de atabaques; perseguição policial, racismo, discriminação racial, incompreensões, chacotas e constrangimentos: nada disso foi capaz de deter o crescimento das Religiões Afro-brasileiras.

Mas a história das Religiões Afro-brasileiras é também a história de dignidade, coragem, determinação e garra das Sacerdotisas e Sacerdotes que, com sabedoria e habilidade, superaram todos os obstáculos e garantiram a sobrevivência e o engrandecimento da força vital: o Axé!

Hoje o Brasil é um país africanizado. Não apenas no que se refere à culinária, à música, à dança, à capacidade de rir mesmo diante de adversidades.

O Brasil é um país africanizado porque cada dia mais aprende com o povo negro e com o povo de Santo a resistir, superar obstáculos, não temer a luta, não abaixar a cabeça, não abrir mão de princípios, não negociar dignidade.

Atualmente o Candomblé e a Umbanda estão presentes em todo o território nacional, nos grandes centros urbanos e nas cidades mais interioranas, inclusive na região Sul, cuja população é majoritariamente descendente de europeus.

Candomblé e Umbanda são religiões democráticas: negros, brancos, japoneses, padres, judeus – todos são bem-vindos. Todos são filhos de Olorum e são respeitados independentemente de posição social ou econômica, origem ou orientação sexual.

As Religiões Afro-brasileiras têm outra marca registrada: não batemos às portas de ninguém; não abordamos as pessoas nas ruas, não atacamos outras religiões, não vendemos a ilusão do enriquecimento fácil nem criamos fantasias sobre cura de doenças.

Abrimos nossas portas e oferecemos ao indivíduo a oportunidade de conhecer a força e o poder maravilhoso do Axé; a oportunidade de conhecer os Orixás, Inquices, Voduns e todo panteão de nossas divindades; de abraçar as divindades, cantar com elas, dançar com elas e apoiar-se nelas para buscar a paz, a realização pessoal, a felicidade.

No dia a dia, vários são os Terreiros que desenvolvem projetos sociais, de atendimento a jovens, ajuda a pessoas carentes, programas de saúde, de profissionalização, capacitação, etc., geralmente sem qualquer forma de apoio dos governos.

Nos últimos anos o povo do Axé vem dando mostras de sua capacidade de mobilização e de luta. Congressos, seminários, palestras, cursos, passeatas, ações judiciais, mobilizações de rua têm cada vez mais a participação ativa do povo de Santo.

Animados pela fé e pela luta em defesa da liberdade religiosa, recebemos com alegria a decisão do Prefeito Barjas Negri de vetar o projeto de lei nº 202/2010 que proíbe sacrifício de animais em rituais religiosos

O abate religioso de animais ocupa lugar destacado não apenas na doutrina e na liturgia das Religiões Afro-brasileiras como também do judaísmo e do islamismo. O Antigo Testamento tem inúmeras passagens referentes ao abate religioso de animais.

A propósito, o elemento sangue ocupa lugar especial na liturgia de várias religiões, cabendo lembrar que na cerimônia da missa o Sacerdote ingere vinho representando justamente o sangue de Cristo.

Nosso país e nossa cidade são formados por diferentes grupos étnicorraciais, culturais e religiosos, por isso mesmo a Constituição Federal assegura a liberdade de crença e proíbe discriminação fundada em credo religioso.

Ao Poder Público cabe – em obediência às leis do país e aos tratados internacionais de direitos humanos – fomentar uma cultura de paz, de compreensão e de respeito recíproco entre todas as religiões.

Não queremos nem mais nem menos do que aquilo que toda e qualquer religião merece: respeito, igualdade, dignidade.

Estamos seguros de que o povo de nossa cidade e nossos representantes no Legislativo Municipal seguirão o exemplo democrático do Prefeito Barjas Negri dizendo não à intolerância, à discriminação e ao racismo.



MOVIMENTO EM DEFESA DA LIBERDADE RELIGIOSA

Novembro de 2010 -Piracicaba – SP


01 - Dofonetinho D` Sango (Ronaldo Almeida)- Assessor Parlamentar – Piracicaba - SP
02 - Babalorisa Eduardo Gomes T’Osumare – Sacerdote Religioso e Presidente de Sindicato – Piracicaba/SP
03 - Alexandre Silveira de Souza - Alexandre de Oxalá - Baba Alaiyè - Ministro de Culto Religioso - Rede Afrobrasileira Sociocultural - Brasília - DF




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