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NOTA DE REPÚDIO AO HINO DA ATLÉTICA CARRANCA- UNIVASF

Para: Comunidade Acadêmica da Univasf

Nós, mulheres do Projeto Popular do Vale do São Francisco, repudiamos veementemente o conteúdo do hino da Atlética Carranca, do curso de Medicina da UNIVASF, cantado durante os Jogos Universitários promovidos pelo DCE. Trata-se de um texto que concentra, de maneira naturalizada, toda a misoginia, machismo, objetificação e violência contra as mulheres. Diante desta postura de estudantes universitários, promotora da falta de respeito e violência de modo tão escancarado e abusivo, entendemos que é preciso problematizar a questão e tomar as devidas providências quanto ao fato.
Em diversas Universidades do Brasil, existem organizações estudantis, intituladas Atléticas, criadas com o objetivo de organizar eventos esportivos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Nos últimos anos, vem ocorrendo inúmeras denúncias envolvendo essas organizações, acusadas de incitar e praticar violência; tais atos vão desde hinos de cunho racista, machista e homofóbico a trotes violentos e estupros coletivos. Estas agressões ainda são vistas erroneamente como “normais” por carregarem o peso de uma tradição- “foi sempre assim e assim será”. Mas não, não será.
Desde o ano passado, inúmeras denúncias de violência na Universidade de São Paulo vieram à tona, principalmente na Faculdade de Medicina, o que levou à realização de audiências públicas sobre o tema pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado de SP – ALESP e posterior instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os casos, não só da USP, mas de todas as universidades paulistas, públicas ou privadas.
Há pouco menos de 20 dias, nossa Universidade passou por um momento chocante ao presenciar um femicídio nas suas dependências. Um ato brutal, que nos mostrou cruamente como o machismo mata, sem local ou horário marcado, sem maquiagens na realidade. Rosilene teria sido assassinada em qualquer outro local, trinta e seis facadas a sangue frio. E vinte dias depois, foi esta a resposta que as mulheres da Universidade receberam durante os jogos: xingamentos, ofensas e incitação ao estupro. Não, isto não é risível, a violência contra a mulher não pode continuar sendo naturalizada.
A Universidade Federal do Vale do São Francisco não deve andar na contramão. Não toleraremos a Atlética Carranca saindo ilesa deste episódio. É preciso que se inicie um processo investigativo para encontrar os culpados e puni-los. É inaceitável que se siga o exemplo da USP e outras universidades que silenciaram por anos, enquanto as denúncias se restringiam aos hinos, permitindo que a violência impune chegasse ao nível de estupros coletivos.
Nós, mulheres organizadas, não aceitaremos mais a violência. Seguiremos mobilizadas até que a universidade investigue este caso, puna os responsáveis de acordo com suas competências administrativas e acadêmicas e encaminhe o caso para as autoridades jurídicas.
Assinam esta carta:
Coletivo Rosilene do Rio
Marcha Mundial das Mulheres
Associação das Mulheres Rendeiras
Levante Popular da Juventude
Consulta Popular
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Centro Acadêmico de Comunicação Social, gestão Recomeçar/ UNEB
Diretório Central dos Estudantes, gestão Ciranda/ DCE UNIVASF
Centro Acadêmico de Ciências Sociais, gestão Chá de Flor/ UNIVASF
Diretório Acadêmico de Psicologia, gestão Mandala/ UNIVASF
Diretório Acadêmico de Artes Visuais, gestão É tudo nosso/ UNIVASF
Diretório Central Estudantil/ DCE FACAPE
Diretório Acadêmico Ciência da Computação/ FACAPE
Diretório Acadêmico Antônio Conselheiro/ UPE Petrolina
Diretório Acadêmico de Engenharia da Produção/ UNIVASF
Centro Acadêmico de Licenciatura em História/ UPE Petrolina
Centro Acadêmico dos Discentes de Direito/ UNEB Juazeiro
Centro Acadêmico de Matemática/ UPE Petrolina
Centro Acadêmico de Licenciatura em Língua Inglesa/ UPE Petrolina
Centro Acadêmico de Licenciatura em Letras- Lingua Portuguesa/ UPE Petrolina
Centro Acadêmico de Enfermagem/ UPE Petrolina
Centro Acadêmico de Fisioterapia/ UPE Petrolina
Residência de Medicina de Família e Comunidade/ UNIVASF
Residência de Clínica Médica/ UNIVASF
Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde Sexual e Gênero/ UNIVASF
Diretoria Executiva do Sinasefe IF- Sertão
Seção Sindical dos Docentes da UNIVASF
União Nacional dos Estudantes
Mulheres da União Nacional dos Estudantes
Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada/ Juazeiro
Carlos Magno A. Sampaio - Direção Nacional do SINASEFE
Eugênia Tavares Martins - Direção Nacional do SINASEFE
Evaldo Gonçalves Silva - Dirigente do SINASEFE IFG Jataí/GO
Marcelo Assunção - Colégio Pedro II/RJ
Andréa Tortora - Fundação Osório - CMRJ/RJ
Roberta Carvalho - Instituto Nacional de Educação de Surdos(INES) - ASSINES-SSIND/SINASEFE
William do Nascimento Carvalho - Diretor Administrativo do Colégio Pedro II - Campus São Cristovão II/RJ e membro do CONSUP do Colégio Pedro II/RJ e IFSP/SP
Beth Dutra - membro do CONSUP do Colégio Pedro II/RJ
Deoclides Braga - Colégio Pedro II/RJ
Margareth de Sousa Cunha - Dirigente do SINDSCOPE/RJ
Júlio César - Dirigente do SINDSCOPE/RJ
Alice Gomes - Dirigente do SINDSCOPE/RJ
Alexandre Ribeiro Samis - Dirigente do SINDSCOPE/RJ e Organização Popular/ RJ
Silvio de Jesus Rotter - IFCE
Luiz Vicente - Dirigente do SINASEFE Iguatu/CE
Elion Souza da Silva - IFCE Iguatu/CE
Jerciano Pinheiro Feijó - IFCE Caucaia/CE
Irany Balbino - Dirigente do SINASEFE IFSP
Elcio da Riva Moura - membro do Consup do IFSP Araraquara/SP e dirigente do SINASEFE IFSP Araraquara/SP
Flávia Carvalho - Dirigente do SINTEFGO
Telma Falbo - Dirigente do SINASEFE Rio Verde/GO
Frank Wagner Alves Carvalho - IFPB Sousa/PB
Evaldo Gonçalves Silva - IFG Jataí/GO
Weliton Cley Bispo do Rosário - IFBAIANO Catu/BA
Massae Kawano - IFSC Florianópolis/SC


Para que tod@s nós, que repudiamos tal ato, também possamos assinar!




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