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SIM a Estética da Diversidade no AUDIOVISUAL BRASILEIRO

Para: ANCINE MINISTÉRIO DA CULTURA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

O Brasil é composto por 100 milhões de mulheres. Segundo pesquisa da UERJ, as mulheres negras representam 51,7% da população total do país.

Na TV aberta elas formam 59% do público que acompanha os programas das grandes redes nacionais.
As mulheres também são a maioria do público também na TV por assinatura, respondendo por 52% da plateia.

Segundo o cineasta Joel Zito Araújo em 2013 os números dos filmes FINANCIADOS pela ANCINE foram:

-127 longas brasileiros foram lançados (75 ficções e 50 documentários e 2 animações). Apenas um de um cineasta negro ("Raça", de Joel Zito Araújo).

O Brasil tem cerca de 400 cineastas em atividade, se considerarmos como “cineastas” aqueles que fizeram um ou mais de um longas-metragens e conseguiram colocá-los no circuito comercial, nas salas de cinema. Desse número, apenas 4 cineastas negros conseguiram lançar seus filmes (comercialmente em sala de cinema).

Antonio Pitanga (1 filme)
Jeferson De (lançou 1 filme)
Joel Zito Araujo (4 filmes)
Rogerio Moura (1 filme)

Em 2015 dos 88 filmes lançados até o momento e das séries adultas exibidas nas TV’s fechadas e nas TV’s públicas não há protagonismo da mulher negra nem à frente nem por trás das câmeras.

Pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) mostra que pretas e pardas não figuraram nos filmes nacionais de maior bilheteria. Apesar de ser a maior parte da população feminina do país as negras apareceram em menos de dois a cada dez longas-metragens entre os anos de 2002 e 2012. Além disso, atrizes pretas e pardas representaram apenas 4,4% do elenco principal de filmes nacionais. Nesse período, nenhum dos mais de 218 filmes nacionais de maior bilheteria teve uma mulher negra na direção ou como roteirista.

“A ausência de mulheres, principalmente as negras, em personagens gera baixa representação e reproduz uma visão irreal do Brasil.”

Ou seja, em oposição com a ONU, através da Assembleia Geral, de 23 de dezembro de 2013, que proclamou a Década Internacional dos Afrodescendentes, com início em 1º de janeiro de 2015 com o tema: “Afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”, (corroborado pelo Governo Brasileiro) e em contradição com a população brasileira, as produções de audiovisual nacional não refletem a realidade do país, uma vez que A MAIORIA dos brasileiros se autodeclaram pretos ou pardos, segundo o (IBGE).

Há um pesado racismo na produção audiovisual brasileira e nós NÃO compactuamos com ele e isso se reflete nos editais e nas obras financiadas pelo Estado Brasileiro, através da ANCINE.

Hoje somente quem governa, tem poder de criar políticas públicas, e pode criar paradigmas para a nação e resolver essa profunda distorção.

Entendemos que editais específicos para produtores negros não irão contemplar toda exclusão histórica assim como as cotas, portanto elencamos algumas ações para que sejam providenciadas pelo Poder Público.

Considerando a pouca visibilidade do negro no campo cinematográfico brasileiro, sobretudo em se tratando das grandes produtoras brasileiras;

Considerando que não existe nenhuma política obrigando as emissoras de televisão a ter, nas suas produções artísticas, uma reserva de realizadores, produtores, cineastas, roteiristas e atores negros;

Considerando a falta de leis que canalizem investimentos, público ou privado, às produções do audiovisual negro para veiculação nos canais de TVs abertos e fechados, bem como na linha de produção cinematográfica;

Considerando que o artista negro deixa de ser o condutor de histórias, projetos, narração e contação de sua própria história;

Considerando que estes fatores, além de levar à marginalização, a baixa estima e invisibilidade do negro na indústria do audiovisual brasileiro como um todo; acarretam o empobrecimento da nossa diversidade, no que se refere ao ponto de vista/conteúdo do audiovisual brasileiro;

Considerando que temos a atual produção nacional elitizada e narrada por um único ponto de vista, o qual se contradiz com Brasil, sinônimo de diversidade e democracia;

Considerando, por último, que toda a sociedade perde com esta falta de investimento, uma vez que a maioria da população brasileira não se vê e consequentemente não se reconhece nas produções, sejam do ponto de vista do conteúdo, dos personagens e narradores de suas histórias.


Propomos o seguinte:

1) Criação, através da ANCINE, de programas de incentivo à formação do roteirista, produtor e diretor negro;


2) Inclusão de negros nas comissões de julgamento e avaliação de projetos voltados para as linhas de financiamentos do audiovisual;

3) Assim como o governo implantou cotas nas no Serviço Público e no Poder Judiciário, uma solução emergencial são as cotas no audiovisual, sobretudo nos editais gerenciados pela ANCINE e MINISTÉRIO DA CULTURA, bem como na nova LEI do Audiovisual, a 12.485, tornando obrigatório às TV’s abertas e fechadas cotas para produções de diretores, roteiristas e produtores negros.

Entendemos que a cota toca o dedo na ferida, como uma forma de inclusão de realizadores negros, visto que:

1. Os editais de audiovisual como o PRODAV, por exemplo, em um dos seus critérios de aprovação consta: Histórico de projetos desenvolvidos e produzidos por empresa brasileira independente como proponente, ou seja os realizadores que estão começando agora ou mesmo os citados na lista acima, concorrem com grandes empresas do setor e já com uma desvantagem, já que por uma desigualdade histórica os realizadores negros em comparação a outros realizadores tem menos projetos produzidos, visto dados exibidos acima;

2. Estamos falando de verba PÚBLICA, e assim como as cotas em universidades, quem entra são os melhores alunos das escolas públicas, nos editais entrarão os melhores projetos dos cotistas;

3. Entendemos que para o governo, a curto prazo, pontuar como critério para aprovação as produtoras mais atuantes do Mercado de audiovisual é uma vantagem inclusive em retorno rápido financeiro, porém não podemos permitir que a INVISIBILIDADE e a EXCLUSÃO permaneçam no audiovisual nacional.

Estamos falando de mais de 41 milhões de investimento em audiovisual.

Em 2015, por exemplo, dentre todos os PRODAV’s abertos menos de 1% foi para as mãos de realizadores negros.

Por conta dessa infeliz realidade que estamos presenciando, nós como sociedade civil criamos e circulamos esta Petição Pública para que todos partilhem e assinem se estiverem de acordo, pois levaremos as assinaturas para os órgãos competentes para que tomem uma emergencial providência.


Dados do site:

http://www.ebc.com.br/cultura/2014/07/pesquisa-revela-que-mulheres-negras-estao-fora-do-cinema-nacional

http://revistadecinema.uol.com.br/2014/11/ancine-anuncia-r-41-milhoes-em-investimentos-do-programa-brasil-de-todas-as-telas-na-proxima-terca-feira-dia-18/

https://www.youtube.com/watch?v=x7egWJaKYz4 Joel Zito Araújo TED

http://www.geledes.org.br/netflix-repudia-agencia-add-casting-que-diz-ser-dificil-encontrar-ator-negro-bonito/




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