Abaixo-assinado CONTRA o voto do Brasil favorável à intervenção da ONU e OTAN na Síria.
Para: Presidente da República; Ministro das Relações Exteriores.
Dezenas de milhares de mortos, uma população traumatizada, infra-estruturas largamente destruídas e um Estado desintegrado: eis o resultado da guerra levada a cabo pelos EUA e pela OTAN para poderem saquear a riqueza da Líbia e recolonizar este país.
Agora prepararam descaradamente a guerra contra o Irã e a Síria, dois países estrategicamente importantes, ricos em matérias-primas e que visam políticas independentes.
Um ataque da OTAN à Síria ou ao Irã poderia provocar um enfraquecimento das relações entre o BRICS e um possível confronto direto — de consequências inimagináveis — com a Rússia e com a China.
Através de contínuas ameaças de guerra e da deslocação de forças militares para as fronteiras do Irã e da Síria, sem falar das ações terroristas e de sabotagem levadas a cabo por "unidades especiais" infiltradas, os EUA e outros membros da NATO impõem um estado de excepção aos dois países com o objectivo de os esgotar.
Os EUA e a UE procuram de modo cínico e desumano paralisar cirurgicamente através do embargo, o comércio externo e as transações financeiras destes países. De forma deliberada, tentam precipitar a economia do Irã e a da Síria numa grave crise, fazer aumentar o número dos seus desempregados e piorar drasticamente a situação de aprovisionamento das suas populações.
Com o fim de obterem um pretexto para a intervenção militar, há muito tempo planejada, tentam aumentar os conflitos étnicos e sociais internos e provocar guerras civis.
Apelamos a todos os cidadãos — às igrejas, aos partidos, aos sindicatos, ao movimento pacifista — a que se oponham energicamente à esta política de guerra.
Pedimos ao governo Brasileiro:
- que revogue sem condições quaisquer medidas de embargo contra o Irã e a Síria;
- que declare não participar de nenhuma forma numa guerra contra estes Estados.
- que se empenhe a nível internacional em pôr termo à política da chantagem e das ameaças de guerra contra países sub-desenvolvidos, inclusive Irã e Síria.
Os povos iraniano e sírio têm o direito de decidir sozinhos e de modo soberano a organização do respectivos ordenamentos políticos e sociais. A manutenção da paz reclama que seja rigorosamente respeitado o princípio da não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados.