S.O.S- CONTRA A DESTRUIÇÃO DO PARQUE HARMONIA de Porto Alegre -RS
Para: Ao Secretário Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (SMAMUS) de Porto Alegre, Sr. Germano Bremm e A Promotoria de Justiça Defesa de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual
Abaixo Assinado contra a destruição do Parque da Harmonia
Entidades e movimentos ambientalistas e da sociedade de Porto Alegre vêm denunciar e pedir a imediata suspensão das obras da empresa concessionária (Gam 3) no Parque da Harmonia (P. Maurício Sirotsky Sobrinho), de Porto Alegre.
Neste parque público, um patrimônio natural criado em 1981 e que ocupa 17 hectares, próximo à orla do Guaíba, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente Urbanismo e Sustentabilidade, estão sendo retiradas mais de 3/4 de toda a vegetação, constituída por campos, gramados e áreas úmidas com rica vida silvestre, arvoredo antigo e pequena mata que abriga dezenas de espécies de aves e outros organismos.
Este patrimônio todo está sendo submetido ao corte de 435 árvores e 90% da cobertura de campos e gramados, sob licenças profundamente questionáveis sob a responsabilidade da SMAMUS.
O Parque Harmonia mantém parte da paisagem campeira gaúcha, sendo que divulgação da própria Prefeitura assinala que “Caracteriza-se por reunir diversos aspectos da tradição gaúcha, com churrasqueiras ao ar livre e galpão crioulo”. Uma parte da identidade do campeirismo está sendo totalmente suprimida para dar lugar a enormes estacionamentos, estruturas para megaeventos, incluindo uma das maiores rodas gigantes do Estado e múltiplos espaços para negócios e muito consumo que sustenta o lucro da empresa concessionária por 30 (trinta) anos.
Além do evidente desvio de finalidade agora sobre uma área rica em paisagem e espaços de contemplação e convivência com o verde, à avifauna e à natureza como um todo, há um processo e um ritmo frenético de intervenções que implicam movimento de máquinas suprimindo árvores, realizando terraplenagem e aterros de campos, gramados e outras áreas com natureza do parque, que representam o habitat para aves, gambás, borboletas, abelhinhas nativas, entre outros patrimônios de nossa biodiversidade,
A ONG InGá, junto com outros movimentos, vem denunciado este processo à própria Secretaria e para o Ministério Público Estadual, tendo sido encaminhado ofício dia 4 de julho de 2023.
É inconcebível transformar este patrimônio verde em obras, estruturas para megashows de acesso restrito, em gigantescas áreas nuas pavimentadas com concreto, britas e asfalto, constituindo-se em ilhas térmicas, onde a temperatura no verão, sem vegetação, será alguns graus mais alta. Nossos espaços de convívio com a natureza estão se transformando em áreas onde se prioriza o consumo, os negócios e os lucros para algumas empresas concessionárias, afastando-se qualquer espaço de educação ambiental que reintegre o ser humano à natureza
A ssim, nós abaixo assinados, vimos solicitar a interrupção total da atual destruição sem precedentes tanto no Parque da Harmonia como em qualquer parque urbano de Porto Alegre, em sintonia com a recomendação da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores, e reivindicamos o reestudo do projeto de concessão, estancando-se a evidente perda de patrimônio desta e das demais áreas verdes de Porto Alegre.
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Assinam:
